O AUMENTO DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS, PODE CAUSAR DANOS IRREPARÁVEIS EM MUITAS EMPRESAS DO NOSSO SECTOR

É de conhecimento generalizado que o setor profissional de administração de condomínios, que emprega mais de 10.000 pessoas, de forma direta e mais de 80.000 pessoas de forma indireta, é composto por micro e pequenas empresas, muitas delas, especialmente as que trabalham de forma devidamente organizada, têm dificuldades para sobreviver, tendo em conta que se trata de uma atividade mal remunerada, por causa da falta de regulação, que proporciona o crescimento da concorrência desqualificada e que pratica preços abaixo do preço de custo.

Qualquer empresa de administração de condomínios necessita de ter viaturas para que os seus colaboradores façam visitas aos prédios para verificação dos trabalhos realizados, acompanhamento de reparações e obras, assembleias, etc. Uma pequena empresa, que tenha apenas três viaturas e que faça por dia, cada uma delas, um percurso de apenas 50km, com o recente aumento dos combustíveis passa a gastar, no mínimo, mais €6.000/ano, o que é absolutamente incomportável.

O administrador do condomínio é contratado, normalmente, pelo prazo de um ano, tendo que apresentar o orçamento no início do seu mandato. Os seus clientes (condomínios) não aceitam que o valor contratado seja alterado ao fim de três meses de mandato, ou em qualquer outra altura do mandato. Assim, este setor de atividade está impedido de fazer repercutir o custo da subida dos combustíveis nos honorários que cobra aos seus clientes.

Caso o governo não tome medidas que façam reduzir o impacto que a subida dos combustíveis vai ter nas empresas deste setor de atividade, muitas ver-se-ão confrontadas com o incumprimento das suas obrigações, com as consequências que daí advirão para elas próprias, mas também para os seus clientes e fornecedores.

A APEGAC, Associação Portuguesa das Empresas de Gestão e Administração de Condomínios, enquanto representante do setor, lança um veemente apelo ao governo para que sejam aprovadas e aplicadas medidas que reduzam o impacto negativo da subida dos combustíveis.

Vitor Amaral – Presidente da APEGAC