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Jornadas de Manutenção Preventiva e Corretiva
NOS CONDOMÍNIOS PRATICA-SE UMA MANUTENÇÃO “DESENRASCATIVA” – disse o Profº. Rui Calejo Rodrigues
Realizou-se ontem, dia 8, na Faculdade de Engenharia do Porto, a primeira das “Jornadas Nacionais de Manutenção Preventiva e Corretiva”, contando com a presença de algumas empresas do setor da região norte.
Vitor Amaral fez uma apresentação jurídica do tema e o Tiago Balreira fez a apresentação da plataforma PortalPro, que será um mais valia para as empresas de administração de condomínios, quer no que respeita a obras, quer quanto a todo o género de reparações.

Rui Calejo Rodrigues, professor da Faculdade de Engenharia do Porto, fez uma interessante apresentação sobre manutenção dos edifícios. Para este professor e conhecedor da realidade do nosso edificado e, muito especialmente, dos condomínios, não existe uma prática de manutenção preventiva, mas, uma “manutenção desenrascativa”, à boa maneira portuguesa, que tem consequências futuras, com custos muito mais elevados quando se chega à fase da intervenção corretiva, por falta da manutenção preventiva e se optar, em muitos casos, pelo que se pode chamar de “desenrascanço”, com a ideia, errada, que é mais barato e serve.
Disse o Prof. Rui Calejo Rodrigues no início a sua apresentação “alertando para a especificidade do património edificado, que não é eterno, desgasta-se, tem de ser intervencionado para que tal não aconteça. Esta atitude perante o comportamento de um edifício em serviço goza hoje em dia de pleno desenvolvimento e o conhecimento que envolve está disponível, mas não é percebido nem requisitado num claro fenómeno de domoliteracia (a incapacidade de muitos dos atores do palco dos edifícios -utentes, proprietários, curadores, etc,- sentirem a necessidade deste conhecimento e terem capacidade de o utilizar quando está disponível).
Chama-se por isso a atenção que manter um edifício é não só proceder a intervenções técnicas, mas também definir regras de utilização e reunir os recursos necessários para que o edifício funcione; um edifício em serviço tem custos que por algum motivo desconhecido se desvinculam do valor de aquisição quando para uma vida útil esperada de 70 anos um edifício pode custar a preços constantes o DOBRO do custo de aquisição; só os encargos de manutenção podem ser da ordem do custo de aquisição e os restantes encargos advêm da utilização (energia, água, resíduos, etc) e da posse (seguros, condomínio, segurança, impostos, etc).
Um edifício é um bem ATIVO, não um consumível, e como tal necessita de ser mantido para maximizar o seu valor”.
Rui Calejo Rodrigues referiu na sua apresentação que “um edifício em serviço não é um castelo. Degrada-se fruto de erros de conceção, construção e utilização; Desgaste de utilização, exposição ambiental e acidentes e Desatualização devido a melhoria das soluções exigidas”. Para este professor, “manter um edifício significa evitar a degradação por meio de ações nos domínios “Técnico (inspeção, limpeza, correção, pro-ação e substituição); Económico (cabimentar custos de posse, operação, manutenção) e Administrativo (regras de utilização)”. Acrescentou ainda, com dados resultantes de estudos, que em 50 anos o custo de utilização e manutenção de um edifício ultrapassa os custos de construção, sendo imperioso que haja inspeção e diagnóstico e que os administradores de condomínio divulguem as regras da boa manutenção.
Dia 15 de maio teremos a segunda jornada, a realizar em Lisboa e no dia 2 de junho (data foi alterada de 29 de maio para 2 de junho), será a vez de Albufeira receber este evento.
Não deixem de se inscrever e participar, porque o tema é muito interessante e a solução da PortalPro vai ao encontro das nossas necessidades enquanto profissionais de administração de condomínios.
A PARTICIPAÇÃO É GRATUITA, mas sujeita a inscrição:
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